Ana de Cesaro, há um ano, deixou Porto Alegre para morar em São Paulo com o objetivo de conseguir trabalhar na internet. A publicitária não imaginava que, mais do que um trabalho, a web se tornaria peça-chave na transformação da silhueta e do estilo de vida. Nos últimos 12 meses, foram 38 quilos eliminados. Cada um grama a menos na balança era dividido com internautas desconhecidos que viraram grandes incentivadores do emagrecimento. Obesa, com dor no peito, cansaço extremo, crises de ansiedade e adepta do cardápio recheado de frituras, guloseimas e nada de vegetais, a jovem de 25 anos decidiu fazer vídeos – mais como brincadeira – para declarar guerra ao excesso de peso. O projeto, batizado por ela de “Ana Gostosa”, tinha a proposta de, semanalmente, atualizar as pessoas sobre como andava a decisão de fazer uma reeducação alimentar radical – radical porque até então verduras, frutas e legumes não eram encarados por ela como alimentos possíveis. No projeto Ana resolveu encarar também um estabelecimento odiado: a academia. Com esquetes carregadas de bom-humor, Ana resumia as dores e as delícias de fazer da dieta e dos exercícios não uma fase passageira, mas um plano para toda a vida em cada vídeo publicado no Youtube e no blog “Tá e Daí” . “A internet foi fundamental para que eu não perdesse o foco”, resume Ana “quase gostosa” ela diz ainda querer eliminar outros 10 quilos.“Não imaginava o alcance dos vídeos mas, em pouco tempo, comecei a receber mensagens de apoio, gente que dizia ter começado a batalha junto comigo, fotos de antes e depois. Sentia que não estava fazendo tudo aquilo só por mim. Virou um compromisso”, define.
Ponto de partida
Ana mantém em sigilo quais eram os números que apareciam na balança no começo da transformação. “Resolvi que só vou revelar o peso inicial no último vídeo, quando o desafio estiver vencido”, diz. Ainda assim, outros algarismos mensuram a mudança na forma física, desenhada sem fórmula mágica ou cirurgia. O manequim 54 virou 42. A tática de Ana foi comer direitinho, como a avó manda, encarar as aulas de ginástica quase diariamente e persistir na proposta de emagrecer. Ela que tinha o armário com figurino exclusivo jeans/tênis/camiseta – adquiridos só em lojas especializadas em tamanhos GG – substituiu o uniforme por roupas de ginástica e outros acessórios dos quais ela passava longe. Além de estrear os joelhos em praça pública – “nunca tinha vestido saia antes” – o paladar também foi colocado à prova.
“Eu que não sabia o sabor de uma fruta, hoje não sei viver sem mamão, banana, maçã, morango”. E o açaí, aquela meleca roxa que ela tinha preconceito por ser adorado por quem gosta de malhar, olha só, virou o preferido. “Paguei minha língua duas vezes. Primeiro porque adorei o açaí com granola e hoje fico toda feliz quando faço deles meu jantar. E depois porque eu tinha certeza de que só encontraria gente sem cérebro na academia, preocupada ao extremo com o corpo. Óbvio que idiota existe em qualquer lugar, mas fiz grandes amigos nas aulas de spinning, step, glúteos e na sala de musculação, palavra que me dava arrepio só de pronunciar.” O ‘primeiro tapa na cara’ que o preconceito contra a academia recebeu, conta Ana, foi enquanto ela sofria ao pedalar na bicicleta ergométrica. “Então passou uma menina toda em forma, sorrindo. Eu pensei: para ela é fácil, já nasceu gostosa e não deve ter nada na cabeça. E então: Pá”, diz, com as onomatopeias comuns em seus relatos. “Descobri que a ‘gostosa por natureza’ havia acabado de eliminar 30 quilos, era uma pessoa do bem, estudava, trabalhava. Ou seja: se foi possível para ela, era possível para mim.”
Nos dois primeiros meses do projeto “Ana Gostosa”, a autora da missão perdeu 12 quilos. “Fiquei animada para caramba, mas tinha feito tudo errado. Entrei em uma onda de não comer quase nada e também não fui para academia. Então, depois do emagrecimento rápido, as coisas ficaram lentas. Sem contar que eu não tinha perdido gordura, só massa magra.” Ana assimilou que precisava aplicar o “mais do mesmo” em sua vida. Foi à nutricionista e seguiu à risca as orientações de não ficar mais de 3 horas em jejum. Também começou a fazer exercícios diariamente. “Sou a prova de que o mais do mesmo funciona mesmo. E o legal de dividir esta experiência é que as pessoas também passaram a entender isso.” Hoje Ana come pizza uma vez por semana, se permite um chocolate ou um bolo, mas permanece rejeitando o refrigerante. Ela diz que no processo todo em que dividiu o Ana Gostosa com o mundo recebeu muito apoio pela internet. Recebeu também muitos xingamentos e e mails de pessoas que a classificaram como hipócrita. “Isso porque, eu sempre defendi que a forma física não trazia felicidade. E não traz mesmo. A aceitação é uma meta”, diz.
“Mas eu estava doente, infeliz com meu corpo. Mudei e me sinto bem.” Trinta e oito quilos mais magra, a menina do Sul conseguiu o sonhado emprego virtual em São Paulo. Graças aos vídeos e ao emagrecimento, Ana virou personagem da internet. Entre os anônimos que acompanharam Ana Gostosa, estava um patrocinador. A marca hoje banca o blog.
Ana mantém em sigilo quais eram os números que apareciam na balança no começo da transformação. “Resolvi que só vou revelar o peso inicial no último vídeo, quando o desafio estiver vencido”, diz. Ainda assim, outros algarismos mensuram a mudança na forma física, desenhada sem fórmula mágica ou cirurgia. O manequim 54 virou 42. A tática de Ana foi comer direitinho, como a avó manda, encarar as aulas de ginástica quase diariamente e persistir na proposta de emagrecer. Ela que tinha o armário com figurino exclusivo jeans/tênis/camiseta – adquiridos só em lojas especializadas em tamanhos GG – substituiu o uniforme por roupas de ginástica e outros acessórios dos quais ela passava longe. Além de estrear os joelhos em praça pública – “nunca tinha vestido saia antes” – o paladar também foi colocado à prova.
“Eu que não sabia o sabor de uma fruta, hoje não sei viver sem mamão, banana, maçã, morango”. E o açaí, aquela meleca roxa que ela tinha preconceito por ser adorado por quem gosta de malhar, olha só, virou o preferido. “Paguei minha língua duas vezes. Primeiro porque adorei o açaí com granola e hoje fico toda feliz quando faço deles meu jantar. E depois porque eu tinha certeza de que só encontraria gente sem cérebro na academia, preocupada ao extremo com o corpo. Óbvio que idiota existe em qualquer lugar, mas fiz grandes amigos nas aulas de spinning, step, glúteos e na sala de musculação, palavra que me dava arrepio só de pronunciar.” O ‘primeiro tapa na cara’ que o preconceito contra a academia recebeu, conta Ana, foi enquanto ela sofria ao pedalar na bicicleta ergométrica. “Então passou uma menina toda em forma, sorrindo. Eu pensei: para ela é fácil, já nasceu gostosa e não deve ter nada na cabeça. E então: Pá”, diz, com as onomatopeias comuns em seus relatos. “Descobri que a ‘gostosa por natureza’ havia acabado de eliminar 30 quilos, era uma pessoa do bem, estudava, trabalhava. Ou seja: se foi possível para ela, era possível para mim.”
Nos dois primeiros meses do projeto “Ana Gostosa”, a autora da missão perdeu 12 quilos. “Fiquei animada para caramba, mas tinha feito tudo errado. Entrei em uma onda de não comer quase nada e também não fui para academia. Então, depois do emagrecimento rápido, as coisas ficaram lentas. Sem contar que eu não tinha perdido gordura, só massa magra.” Ana assimilou que precisava aplicar o “mais do mesmo” em sua vida. Foi à nutricionista e seguiu à risca as orientações de não ficar mais de 3 horas em jejum. Também começou a fazer exercícios diariamente. “Sou a prova de que o mais do mesmo funciona mesmo. E o legal de dividir esta experiência é que as pessoas também passaram a entender isso.” Hoje Ana come pizza uma vez por semana, se permite um chocolate ou um bolo, mas permanece rejeitando o refrigerante. Ela diz que no processo todo em que dividiu o Ana Gostosa com o mundo recebeu muito apoio pela internet. Recebeu também muitos xingamentos e e mails de pessoas que a classificaram como hipócrita. “Isso porque, eu sempre defendi que a forma física não trazia felicidade. E não traz mesmo. A aceitação é uma meta”, diz.
“Mas eu estava doente, infeliz com meu corpo. Mudei e me sinto bem.” Trinta e oito quilos mais magra, a menina do Sul conseguiu o sonhado emprego virtual em São Paulo. Graças aos vídeos e ao emagrecimento, Ana virou personagem da internet. Entre os anônimos que acompanharam Ana Gostosa, estava um patrocinador. A marca hoje banca o blog.